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Osteomielite

Osteomielite é o nome que se dá à infecção no osso causada por bactérias, micobactérias ou fungos. Na grande maioria dos casos, o agente patogênico é o Staphylococcus aureus, bactéria que pode formar colônias na pele e instalar-se nas fossas nasais de pessoas saudáveis, sem causar danos ao hospedeiro. O transtorno só ocorre, quando elas conseguem penetrar no organismo através de uma pequena lesão na pele, na mucosa ou através da ingestão de alimentos contaminados, por exemplo.

Além do Staphilococus aureus e dos fungos, em menor escala, a Mycobacterirm tuberculosis pode estar envolvida no aparecimento da osteomielite.

Rompida a barreira inicial, geralmente, os primeiros focos da infecção se instalam na pele e podem ser pequenos ou até inaparentes. No entanto, a partir desse ponto ou como complicação de uma doença infecciosa pré-existente (tuberculose, endocardite e abscessos são alguns exemplos), os germes podem migrar pela corrente sanguínea e infectar órgãos à distância, os ossos inclusive. É a chamada osteomielite hematogênica.

Essa não é, porém, a única forma de contaminação. Bactérias ou fungos podem atingir o osso: 1) valendo-se da proximidade com feridas na pele que se aprofundam nos tecidos moles adjacentes, como ocorre nas úlceras por pressão e no pé diabético; 2) como complicação de doença periodontal, que favorece a formação de abscessos dentários e gengivais; 3) pelo contato direto com o osso através de uma fratura exposta; 4) durante cirurgias ortopédicas corretivas ou para a implantação de próteses; 5) através de um ferimento por objeto perfurante contaminado (osteomielite pós-traumática).

A osteomielite pode manifestar-se em qualquer idade e em qualquer osso do corpo. Entretanto costuma ocorrer com mais frequência na infância e na velhice. Nas crianças, são mais vulneráveis as placas de crescimento localizadas nas extremidades dos ossos longos das pernas (fêmur e tíbia) e dos braços (úmero e rádio); nos mais velhos, os ossos da coluna vertebral (osteomielite vertebral) e da pélvis são os mais prejudicados.

GRUPOS DE RISCO

Constituem grupos de risco para a doença, que afeta mais os meninos do que as meninas, as pessoas com imunidade comprometida, que passaram recentemente por cirurgia, as portadoras de diabetes descompensado, anemia falciforme ou distúrbios circulatórios. Devem, também, redobrar os cuidados, aquelas que foram submetidas à quimioterapia, radioterapia e hemodiálise, as que fazem uso contínuo de medicamentos, como os corticoides e os inibidores do fator de necrose tumoral, e os usuários de drogas injetáveis.

CLASSIFICAÇÃO

De acordo com o tempo e a evolução da doença, a osteomielite pode ser classificada em aguda ou crônica. Na forma aguda, a infecção óssea é diagnosticada nas quatro primeiras semanas.

Já a osteomiolite é considerada crônica, quando permanece ativa por mais de seis semanas. Em geral, o quadro se instala em decorrência de uma lesão aguda que não recebeu tratamento adequado e foi-se agravando lenta, mas continuamente.

EVOLUÇÃO DA DOENÇA

Ossos são constituídos por tecidos vivos, altamente vascularizados, em contínuo processo de recomposição, ou seja, o organismo está continuamente produzindo novas células ósseas e reabsorvendo as células envelhecidas.

Além de constituírem a estrutura de sustentação do corpo, eles desempenham papel importante na locomoção, na proteção de órgãos vitais (coração, pulmões e cérebro, por exemplo), no armazenamento de sais minerais (cálcio, principalmente) e triglicérides. Além disso, são responsáveis pela produção de células do sangue (hemácias, leucócitos e plaquetas) a partir das células-tronco presentes na medula óssea.

De modo geral, os ossos são resistentes a infecções. Quando afetados, porém, na fase aguda da doença, o prognóstico costuma ser favorável. Entretanto, à medida que a infecção progride, podem surgir complicações graves, de difícil tratamento. Os estudos já mostraram que, uma vez infectado o osso, os micro-organismos podem alcançar a medula óssea (tecido gelatinoso que ocupa a região interna de vários ossos e está diretamente ligado à produção de células sanguíneas), que inflama e passa a pressionar a rígida parede externa do osso. Esse aumento de pressão pode comprimir os vasos sanguíneos, que deixam de fornecer sangue parcial ou totalmente à região afetada. O resultado é que, sem a oferta adequada de sangue, um processo de necrose se instala e o tecido ósseo morre. Dependendo da agressividade do germe, a infecção pode alcançar áreas fora do osso e formar abscessos (coleções de pus) nos tecidos moles adjacentes (músculos, articulações), que podem drenar espontaneamente através de fistulas abertas na pele.

SINTOMAS

Dor, rubor (vermelhidão), calor local e tumor (edema, inchaço), sinais clássicos dos processos inflamatórios, também estão entre as manifestações clínicas da osteomielite, especialmente na fase aguda da infecção. Fadiga, febre, calafrios, mal-estar, sudorese, são outros sintomas que podem estar associados à doença.

Úlceras na pele, fístulas, secreção purulenta são sinais mais ligados à osteomielite crônica.

Importante observar que, em alguns casos, a doença pode ser assintomática. Em outros, os sintomas são tão inespecíficos que podem ser confundidos com os de outros processos infecciosos, o que representa um entrave para o diagnóstico precoce e tratamento.

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico da osteomielite leva em conta a avaliação clínica do paciente e o resultado de alguns exames de sangue, entre eles o hemograma, a hemocultura, a velocidade de hemossidimentação (VHS) e o nível da proteína C-reativa.

Radiografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética e cintilografia óssea são exames de imagem também importantes para o diagnóstico da osteomielite. Para identificar o micro-organismo agente da infecção, muitas vezes se torna necessário coletar amostras de sangue, de pus ou até do próprio osso para encaminhar para biopsia.

TRATAMENTO

O objetivo do tratamento é debelar a infecção aguda a fim de evitar o desenvolvimento de formas crônicas da doença, que estão sujeitas a complicações graves, como prejuízo no crescimento do osso, no movimento da articulação e os distúrbios vasculares.

Nas infecções bacterianas, o tratamento baseia-se na administração de antibióticos de amplo espectro, inicialmente por via endovenosa, em ambiente hospitalar, por alguns dias. Boa resposta a esse tipo de medicação permite que ela seja ministrada por via oral, em casa, durante quatro a seis semanas, no mínimo. Os portadores de osteomielite crônica grave podem necessitar de que o tratamento com antibióticos seja mantido por períodos mais longos.

Medicamentos antifúngicos ficam reservados para as lesões ósseas causadas por fungos e, geralmente, são administrados por vários meses.

Dependendo da gravidade da infecção e da resposta do paciente, a limpeza cirúrgica da área afetada pode ser o procedimento necessário para drenar abscessos, remover a região do osso danificada pela necrose e, por segurança, de parte do tecido saudável (técnica conhecida como desbridamento). Implantar enxertos para restaurar o fluxo sanguíneo é medida indispensável para a recomposição do osso lesado. Sessões de oxigenoterapia hiperbárica podem acelerar o processo de recuperação do paciente.

Quando o uso de antibióticos e a limpeza cirúrgica não apresentam o efeito desejado, a amputação do membro, ou de parte dele, é o recurso terapêutico para evitar que a infecção se espalhe por diversos tecidos do organismo.

RECOMENDAÇÕES

Alguns cuidados básicos com a higiene pessoal do dia a dia são fundamentais para evitar a ocorrência de infecções. O mais importante é lavar as mãos com bastante água e sabão, qualquer sabão, quando chegar em casa, antes das refeições, depois de usar o banheiro e quando entrar em contato com pessoas doentes. Especialmente se houver cortes, arranhões ou qualquer outro tipo de lesão aberta na pele, a atenção com a limpeza dos ferimentos deve ser redobrada.

Também são medidas que diminuem o risco de desenvolver osteomielite:

Mantenha os pés limpos e hidratados. Escolha sapatos e meias adequados para prevenir a ocorrência de lesões comuns nos portadores de diabetes tipo 2;
Evite a formação das escaras (também conhecidas por úlceras por pressão). Mesmo que esteja acamado/a ou tenha de permanecer sentado/a por muito tempo, se não conseguir sozinho/a, peça ajuda para mudar de posição com alguma frequência;
Alimente-se bem, pratique exercícios físicos, fique longe do cigarro e “beba com moderação”. Assim, seu sistema imunológico estará fortalecido para combater infecções que possam ocasionar danos irreversíveis a seu organismo;
Não se automedique. Procure assistência médica ou odontológica sempre que surgirem lesões na pele ou na boca que custam a cicatrizar.

Fonte: Portal Drauzio Varella

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